Pelo menos 22 estrangeiros morreram durante os atentados
As tropas indianas de elite garantem ter eliminado este sábado os derradeiros focos de resistência dos extremistas entrincheirados no hotel Taj Mahal Palace, no coração de Bombaim. Os soldados varreram todos os cantos do edifício e procederam a detonações controladas no rescaldo de uma batalha que se prolongou por 62 horas e permitiu resgatar mais de 600 pessoas em três frentes de combate.
Sessenta e duas horas depois dos primeiros disparos dos grupos extremistas na capital financeira da Índia, as autoridades do país revêem o balanço de vítimas dos atentados para 195 mortos e cerca de 300 feridos. O número de vítimas pode, porém, aumentar, admite o gabinete de gestão de catástrofes de Bombaim. O histórico hotel Taj Mahal Palace, no centro da cidade, era o último bastião dos extremistas responsáveis pela vaga de ataques coordenados. Pelo menos três islamistas foram abatidos durante o último assalto dos comandos de elite da Guarda de Segurança Nacional. No rescaldo da batalha, as tropas percorreram os 400 quartos do hotel em busca de vítimas e explosivos. “Foram mortos três terroristas, mas continuamos com as nossas operações”, adiantava a meio da manhã o director-geral da Guarda de Segurança Nacional, J. K. Dutt, à entrada do hotel. Tropas resgataram 610 pessoas A derradeira investida das tropas começou pouco depois das 7h30 (2h00 em Lisboa). Enquanto os comandos indianos se entregavam a uma intensa troca de tiros, os bombeiros combatiam as chamas que ainda consumiam os pisos inferiores do Taj Mahal Palace. Na sexta-feira, as tropas indianas haviam resgatado quase 100 pessoas do segundo hotel ocupado pelos extremistas, o Trident-Oberoi. A terceira frente de combates, o Centro Judaico de Bombaim, foi também alvo de uma incursão dos comandos, que encontraram os corpos de seis vítimas. Segundo as autoridades, os comandos conseguiram resgatar 610 pessoas retidas nos dois hotéis e no Centro Judaico ultra-ortodoxo. Paquistão na mira de Nova Deli A vaga de ataques, já baptizada como o “11 de Setembro da Índia”, eclodiu na noite de quarta-feira. Grupos de homens armados com espingardas automáticas e granadas dividiram-se por sete pontos de Bombaim, dos hotéis Taj Mahal e Trident-Oberoi à principal estação ferroviária da cidade e mesmo uma unidade hospitalar. Disparos indiscriminados e uma sucessão de explosões semearam o caos e a morte, na mais grave sequência de ataques a abater-se sobre a capital financeira da Índia desde 2006, quando uma série de atentados à bomba causou perto de 200 mortos. As acções terroristas dos últimos dias foram reivindicadas por um grupo até agora desconhecido, os Deccan Mujahidin. No entanto, as autoridades indianas não excluem a possibilidade de os ataques terem sido planeados e concretizados por grupos com bases de retaguarda no vizinho Paquistão. As suspeitas recaem sobre organizações como o Lashkar-e-Taiba e o Jaish-e-Mohammed, ambas conotadas com os serviços secretos paquistaneses (ISI). Sem se referir directamente ao Paquistão, o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, apontava o dedo, na quinta-feira, a grupos sedeados “no exterior”. Menos polido, o ministro indiano dos Negócios Estrangeiros, Pranab Mukherjee, afirmava que os ataques coordenados de Bombaim eram obra de “elementos” paquistaneses. Islamabad contestou de imediato a posição de Nova Deli, condenando os atentados e prometendo cooperar nas investigações. Num primeiro momento, Islamabad comprometeu-se a destacar para o país vizinho o director-geral do ISI (Inter-Services Intelligence). Entretanto, o Governo paquistanês fez saber que se limitará a enviar um representante dos serviços secretos. Um mês de preparação Fontes dos serviços de informações da Índia adiantaram à France Presse que pelo menos oito dos extremistas islâmicos envolvidos nos ataques de Bombaim estavam infiltrados na cidade há um mês. Os militantes, afirmaram as fontes da agência noticiosa, faziam-se passar por estudantes e entregaram-se a “missões de reconhecimento num prelúdio dos ataques”. “Esses oito homens alugaram uma casa e fizeram-se passar por estudantes malaios”, indicou um responsável dos serviços secretos. O primeiro grupo a chegar a Bombaim teria escondido armas e munições num dos hotéis de luxo visados pela operação terrorista e seria reforçado por uma segunda unidade de militantes que chegou à cidade por mar na passada quarta-feira. Os atacantes, com idades entre os 24 e os 30 anos, “estavam na sua melhor forma física e perfeitamente treinados em táctica militar”, referiram ainda as fontes citadas pela France Presse. Portugueses deixam Bombaim Os 12 cidadãos portugueses que se encontravam em Bombaim no momento dos atentados já abandonaram a cidade e “estão todos bem”. A informação foi avançada à Agência Lusa pelo embaixador de Portugal em Nova Deli, Luís Filipe de Castro Mendes. “Os portugueses que se encontravam em Bombaim no momento dos ataques estão todos bem, nenhum ficou sequer ferido e já saíram da cidade, prosseguindo viagem”, indicou o diplomata. Parte dos portugueses viajou para “outras cidades da Índia” e “outros regressaram a Portugal”.
Carlos Santos Neves, RTP2008-11-29 16:48:41
As tropas indianas de elite garantem ter eliminado este sábado os derradeiros focos de resistência dos extremistas entrincheirados no hotel Taj Mahal Palace, no coração de Bombaim. Os soldados varreram todos os cantos do edifício e procederam a detonações controladas no rescaldo de uma batalha que se prolongou por 62 horas e permitiu resgatar mais de 600 pessoas em três frentes de combate.
Sessenta e duas horas depois dos primeiros disparos dos grupos extremistas na capital financeira da Índia, as autoridades do país revêem o balanço de vítimas dos atentados para 195 mortos e cerca de 300 feridos. O número de vítimas pode, porém, aumentar, admite o gabinete de gestão de catástrofes de Bombaim. O histórico hotel Taj Mahal Palace, no centro da cidade, era o último bastião dos extremistas responsáveis pela vaga de ataques coordenados. Pelo menos três islamistas foram abatidos durante o último assalto dos comandos de elite da Guarda de Segurança Nacional. No rescaldo da batalha, as tropas percorreram os 400 quartos do hotel em busca de vítimas e explosivos. “Foram mortos três terroristas, mas continuamos com as nossas operações”, adiantava a meio da manhã o director-geral da Guarda de Segurança Nacional, J. K. Dutt, à entrada do hotel. Tropas resgataram 610 pessoas A derradeira investida das tropas começou pouco depois das 7h30 (2h00 em Lisboa). Enquanto os comandos indianos se entregavam a uma intensa troca de tiros, os bombeiros combatiam as chamas que ainda consumiam os pisos inferiores do Taj Mahal Palace. Na sexta-feira, as tropas indianas haviam resgatado quase 100 pessoas do segundo hotel ocupado pelos extremistas, o Trident-Oberoi. A terceira frente de combates, o Centro Judaico de Bombaim, foi também alvo de uma incursão dos comandos, que encontraram os corpos de seis vítimas. Segundo as autoridades, os comandos conseguiram resgatar 610 pessoas retidas nos dois hotéis e no Centro Judaico ultra-ortodoxo. Paquistão na mira de Nova Deli A vaga de ataques, já baptizada como o “11 de Setembro da Índia”, eclodiu na noite de quarta-feira. Grupos de homens armados com espingardas automáticas e granadas dividiram-se por sete pontos de Bombaim, dos hotéis Taj Mahal e Trident-Oberoi à principal estação ferroviária da cidade e mesmo uma unidade hospitalar. Disparos indiscriminados e uma sucessão de explosões semearam o caos e a morte, na mais grave sequência de ataques a abater-se sobre a capital financeira da Índia desde 2006, quando uma série de atentados à bomba causou perto de 200 mortos. As acções terroristas dos últimos dias foram reivindicadas por um grupo até agora desconhecido, os Deccan Mujahidin. No entanto, as autoridades indianas não excluem a possibilidade de os ataques terem sido planeados e concretizados por grupos com bases de retaguarda no vizinho Paquistão. As suspeitas recaem sobre organizações como o Lashkar-e-Taiba e o Jaish-e-Mohammed, ambas conotadas com os serviços secretos paquistaneses (ISI). Sem se referir directamente ao Paquistão, o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, apontava o dedo, na quinta-feira, a grupos sedeados “no exterior”. Menos polido, o ministro indiano dos Negócios Estrangeiros, Pranab Mukherjee, afirmava que os ataques coordenados de Bombaim eram obra de “elementos” paquistaneses. Islamabad contestou de imediato a posição de Nova Deli, condenando os atentados e prometendo cooperar nas investigações. Num primeiro momento, Islamabad comprometeu-se a destacar para o país vizinho o director-geral do ISI (Inter-Services Intelligence). Entretanto, o Governo paquistanês fez saber que se limitará a enviar um representante dos serviços secretos. Um mês de preparação Fontes dos serviços de informações da Índia adiantaram à France Presse que pelo menos oito dos extremistas islâmicos envolvidos nos ataques de Bombaim estavam infiltrados na cidade há um mês. Os militantes, afirmaram as fontes da agência noticiosa, faziam-se passar por estudantes e entregaram-se a “missões de reconhecimento num prelúdio dos ataques”. “Esses oito homens alugaram uma casa e fizeram-se passar por estudantes malaios”, indicou um responsável dos serviços secretos. O primeiro grupo a chegar a Bombaim teria escondido armas e munições num dos hotéis de luxo visados pela operação terrorista e seria reforçado por uma segunda unidade de militantes que chegou à cidade por mar na passada quarta-feira. Os atacantes, com idades entre os 24 e os 30 anos, “estavam na sua melhor forma física e perfeitamente treinados em táctica militar”, referiram ainda as fontes citadas pela France Presse. Portugueses deixam Bombaim Os 12 cidadãos portugueses que se encontravam em Bombaim no momento dos atentados já abandonaram a cidade e “estão todos bem”. A informação foi avançada à Agência Lusa pelo embaixador de Portugal em Nova Deli, Luís Filipe de Castro Mendes. “Os portugueses que se encontravam em Bombaim no momento dos ataques estão todos bem, nenhum ficou sequer ferido e já saíram da cidade, prosseguindo viagem”, indicou o diplomata. Parte dos portugueses viajou para “outras cidades da Índia” e “outros regressaram a Portugal”.
Carlos Santos Neves, RTP2008-11-29 16:48:41
1 comentário:
estes Indianos e Paquistaneses...se até agora não se entendiam...então agora..
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